domingo, 26 de agosto de 2007

Trocadilho visual: mapa cognitivo, traduzindo relações entre o gregário e o monumental no intempestivo circunstante.

O limite e o infinito nas escalas gregária e monumental em que se circunscrevem a taba e a tribo discutem as relações de conforto e desconforto nas referências de valores cósmicos: o dentro e o fora.

Apenas a arquitetos e urbanistas poetas se permitem estados de maluquez, meditações baratinadas e a imprevisibilidade da leitura de suas obras. Arquitetos e urbanistas prosistas têm de ser, se não responsáveis técnicos, ao menos previsíveis.

Essa chuva caindo no horizonte do provável não constitui uma mera lembrança das precipitações brasílico-equinociais, mas evoca uma cena de Eisenstein. Arquitetura e Poesia.

5 comentários:

Contrasenso disse...

Quando/onde tudo é monumento
Canaliza-se o vento!
E o vento, este incerto conduzidor de destinos, para onde nos leva?
Sabe-se que uns vem do sul.
Ibiraçu!
Seria um kamikase?
Não! Quem sabe aquele fantasmal
quem sabe onde nascido!
E para onde eles nos leva?
Lá onde ele faz a curva, na abaulada superefície do banal concreto modernista.
Nortista!
Ou Nordestista, vento de sertão, não traz a chuva, seria kamikase?
Só a fé salva.
Vento, ventania me leve para puxar as barbas de Deus.
Sem destino!
Contra o vento, sem lenço e sem documento, num sol de 11 de setembro.
Kamikase!

arquiteliteraturas disse...

SOUTENIR

Le vent frontière, comme le vent d'enceinte ou le vent de clôture sont des vents si autonomes, qui répondent en eux-mêmes à una fonction: la poétique.*

Merci, [johje martã].

Haja contraventamentos, pela equação universal da Estática, para anularem esses esforços laterais sobre as vedações verticais, posto que, para Heidegger, "sans aucun doute, de toute antiquité, notre pensée est habituée à estimer trop pauvrement l'étre de la chose".











*APOIAR

O vento de fronteira, como o de recinto ou o de encerramento são tão autónomos, que respondem em si a una função: a poética

Grato, Jorge Martins.*

Unknown disse...

appolus, se a arquitetura é o corpo-dentro de uma cultura, de uma razão, um modelo de representação e, portanto, de produção econômica e simbólica, infra-e-superestrutura, então será arte - e isto compreendo que vale para todas as artes - a arquitetura que transborde as representações de sua cultura, de seu modelo civilizacional, aspirando a trocas simbólicas mais cosmológicas, aspirando, nesse sentido o fora de si, de nossa civilização, de nossa razão genocida. é nesse sentido que te pergunto, estaria a concepção de arquitetura dos arcadistas exigindo o seu retorno? quero dizer, o fora de nossa civilização arrogante, dura, concreta,urbana, especular, ou auto-especular, seria a velha palhoça?
um abraço amigo,
luis

arquiteliteraturas disse...

CONTR'ATOS SOCIAIS: MAIS PRA SADE QUE PRA ROUSSEAU.

(ESTA RESPOSTA ESTÁ PUBLICADA NO BLOG DO "SI").

Citando Le Padre, para responder à provocação:

"[...] a arquitetura que transborde as representações de sua cultura, de seu modelo civilizacional, aspirando a trocas simbólicas mais cosmológicas, aspirando, nesse sentido, o fora de si, de nossa civilização, de nossa razão genocida. É nesse sentido que te pergunto, estaria a concepção de arquitetura dos arcadistas exigindo o seu retorno? quero dizer, o fora de nossa civilização arrogante, dura, concreta,urbana, especular, ou auto-especular, seria a velha palhoça?" (LUIS 2007).

Respondo que não. Vejamos.

Çatal Hüyük, Ur, Jericó, Paris, Brasília, Belo horizonte, tabas, ocas, cabanas ou palhoças, tudo isso se edificou pelo homem em face da fuga e do medo diante do infinito.

No locus, ora horrendus, ora amoenus, se estabeleceu a sociedade como construção artificial contra o poder da Natureza: inundações, incêndios, terremotos, tufões, furacões, vulcões, secas, frio, calor, sexualidades, erotismo etc.

A agressão vem da Natureza, e a vida civilizada exige certo estado de ilusão, posto que no conjunto da Interseção entre o homem e a Natureza, encontram-se dois elementos de um e de outro: as sexualidades e o erotismo. Esses ficam do lado de dentro da cerca; contra essa face da Natureza no homem, haja repressão! Sem ela, haverá civilização? (Há quem prefira a produção de subjetividades)

Assim, "o fora de nossa civilização arrogante, dura, concreta,urbana, especular, ou auto-especular" não é a palhoça, mas a agressão da natureza (ou, para Nietzsche, a vontade de poder).

A Arquitetura e o Urbanismo são Artes, mas, também, são técnicas que erguem seus engenhos contra a Natureza, para gerar conforto, hospitalidade e uma ilusão de proteção. Ilusão, porque, com um muro e um teto, o homem limita físicamente o dentro (a paisagem cultural da natureza domesticada) e o fora (a natureza em sua força bruta, indomável, inóspta), mas não separa a dupla face de seu próprio ser, cultura X natureza, manifestada pelas sexualidades e pelo erotismo.

Nessa dupla face, Doroteu e Dorotéia participam de uma contradição bem sacana: exaltam a liberdade, mas padecem de opressão. O que querem? Um pai tirano e uma mãe que amamenta numa mesma pessoa? Expansão da autoridade estatal e uma burocracia inchada?

Vítimas da contingência, pela própria Natureza ou pelo Fado, um e outro personagens viraram, em seu conto, signos e moram num grotão.

Sacanas suas provocações; Bacanas seus textos.

Vale!!!

Anônimo disse...

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