quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Vozes literárias sobre "Moreno não-veloso"























Jordana: clara 1,70 boca ardente corpo delicioso sem frescura [...]. (A TRIBUNA, 2007, Classificados, p. 24)

[...]
A mulher se conhece pelo olhar.
Ela quer que você num leve toque,
fingindo não saber, pegue e coloque

a mão (como se lesse um poema)
nos seios, coxa, bunda. Mas não tema
depois desse carinho, querer mais:
o corpo é um vulcão, jardim e cais.
[...]
(SALGUEIRO (BITH), 2004)

Coração encoberto.
Peito sujeito
a chuvas e trovoadas.
Caminhas pelo radar
das mãos
por parques corredores avenidas banheiros.
Perigas.
(SANTIAGO, 1985, P. 17).

Moreno, não-veloso
talento kamikaze
procura cama & musa,
cadeira ou pé-de-banco
para coleta relação.
(FREIRE, 2004)

Adriano, tora, 90kg. Homem sarado p/ seu prazer; bonito e malhado. At. damas e casais. B. dotado [...].
Luana: ninfetinha, 19a, mor. clara, estilo colegial. Adoro coroas [...].
Larissa: travesti. Voltei turbinada, superfeminina, safadinha, boca quente [...].
(A TRIBUNA, 2007, Classificados, p. 24)

Entre aqueles que por acaso procuram abrigo da chuva sob um pórtico, ou aglomeram-se sob uma tenda do bazar ou param para ouvir música na praça, consumam-se encontros, seduções, abraços, orgias, sem que se troque uma palavra, sem que se toque um dedo, quase sem levantar os olhos. (CALVINO, 2003, p. 53-54)

domingo, 11 de novembro de 2007

A ergonomia e as cidades





















"Moreno não-veloso" e a cidade invisível.
In a side street there is an old house. This house is the Picheon's House. In front of this house there is a large tree.Referêncial de fruição do olhar? Un sitio de atraco? Bucólica, a paisagem natural e cultural à beira da estrada apenas mascara as relações soturnas de uma cidade-estesia dentro de outra: a cidade invisível. Eis aqui uma forma de se lê-la por meio da materialidade do signo que nela circula: a decodificação da informação telegráfica, não a lacônica (espartana), mas a quase haicaica:
"Moreno não-veloso,
talento kami kazi,
procura cama e musa,
cadeira ou pé-de-banco,
para coleta relação."
(GAZAZUL, 2004)
Turistificada, a city-informação quer ser interpretada e ofertada, a fim de ser vendida como produto no dinâmico carrocel da sobrevivência capitalista. O poeta Gazazul a captou no discurso "midiático" que circula soturno entre as máquinas desejantes.O que lhe sugere o poema? Você faria um com a mesma temática urbana? Então, comente-o.