domingo, 11 de novembro de 2007

A ergonomia e as cidades





















"Moreno não-veloso" e a cidade invisível.
In a side street there is an old house. This house is the Picheon's House. In front of this house there is a large tree.Referêncial de fruição do olhar? Un sitio de atraco? Bucólica, a paisagem natural e cultural à beira da estrada apenas mascara as relações soturnas de uma cidade-estesia dentro de outra: a cidade invisível. Eis aqui uma forma de se lê-la por meio da materialidade do signo que nela circula: a decodificação da informação telegráfica, não a lacônica (espartana), mas a quase haicaica:
"Moreno não-veloso,
talento kami kazi,
procura cama e musa,
cadeira ou pé-de-banco,
para coleta relação."
(GAZAZUL, 2004)
Turistificada, a city-informação quer ser interpretada e ofertada, a fim de ser vendida como produto no dinâmico carrocel da sobrevivência capitalista. O poeta Gazazul a captou no discurso "midiático" que circula soturno entre as máquinas desejantes.O que lhe sugere o poema? Você faria um com a mesma temática urbana? Então, comente-o.

5 comentários:

Luis Eustáquio Soares disse...

cidades são cidades-cebolas, nas quais e através das quais uma casca-região, ou uma casca-bairro, já é outra cidade-casca, que leva a outra cidade-casca, de modo que são sempre visíveis as invisíveis cidades, pois que são as que interessam, as que queremos, as que temos e moramos e exatamente por serem as que gentes habitam é que as querem invisíveis, porque nos querem a todos assim? existências inexistentes. há que insistir, persistir e resistir, pra inverter o jogo do mundo, de tal maneira a que as cidades venham a se tornar o que desejam, sob o ponto de vista de quem precisa que assim seja: local da festa do encontro, onde não haja mais nem o anônimo e nem o famoso, mas simplesmente o que vive e a torna vital.
beijos
luis
ps seu comentário, no meu blog, foi, como sempre é, dionisíaco, humano, demasiadamente humano, posto que é semeando em corpo animal que ressuscitará esperitual...

GAZUL disse...

Já vi que você qué fudê mesmo comigo, né... Ok, eu aceito, mas assim que eu terminar com aquele docinho da foto, tá!

GAZAZUL

GAZUL disse...

Ganhei fortuna crítica!!!

Contrasenso disse...

“Da mesma forma que devemos reconhecer a utilidade daquilo que é... bem, nem precisa terminar né. Esta postagem contem o duplo desafio. “És capaz de fazer um poema igual, utilizando-se da mesma temática urbana? (e/ou) serias tu capaz de comentá-lo. Claro que não, e o admito aqui em bom tom. Mas devido ao ofício de masturbações graníticas, devemos estar preparados para tudo. A dica, caros leitores, está aqui: “Referencial da fruição do olhar” (tio MUNHOZ, 2007). E depois em: “a paisagem natural e cultural à beira da estrada apenas mascara as relações soturnas de uma cidade-estesia dentro de outra: a cidade invisível.” (tio MUNHOZ, 2007). Ou seja, sua realidade depende não apenas do que você vê, como também de COMO, você vê. Se está preparado para reconhecer a complexa relação entre cheios e vazios, o não existir dentro do existir! Deixo as divagações para os demais que aqui entrarem: Bem, seria este que vos escreve de estatura o suficiente para encarar a empreitada de versificar em signos lingüísticos este assunto citadino?
A vista de uma caideira ou pé de banco proporcionou uma perspectiva inusitada para o poeta, este, então, ébrio em vapores molotóvicos teve o vislumbre destes vazios dentro dos cheio. Pois então, nada que assuste um igual aspirante a libertino, que em sua embriaguez não desfalecera sob um banco de praça, mas sim fora parar em um bairro longínquo, de mesmo nome que seu condomínio de classe média. Os nomes também mascaram! Vamos aos versos: ainda sem métrica rígida, indulte-me por obséquio estimado confrade.

Talvez eu seja o “pobrema”
Para a sua solução,
Solução molotóvica
Essa idéia fixa de ser...

...Contrasensocomum, minha desgraça!
Ps. devidamente reprisado!

Contrasenso disse...

Entre uma libação de significantes destilados e assimilação de significados poéticos; os amigos versavam a respeito das mais variadas temáticas; desde a metafísica aristotélica ao novo lubrificante K.Y. Gel! Em determinado ínterim dos assuntos profere-se algo sobre a cidade: “Como deve ser difícil morar nesses bairros ai (Jardim da Penha, Praia do Canto, etc e tal...)”. De certo modo, e imbuído de justificada razão, a afirmativa (continente de um “conseguir” elíptico entre difícil e morar) pautava-se no fato de o metro quadrado de tais localidades estar muito a quem das possibilidades monetárias da maior parte da população capixaba. Ao que o interlocutor responde: “Muito pelo contrario! Difícil de morar deve ser Resistência, Itararé, Bonfim, etc, etc...”