sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um poema de Colbert Lars Riod'oro




AMOR PLATÔNICO


Pedir-lhe-ei que aqueça minh’alma nessa noite fria,
Aumentando a temperatura do meu ser,
Usando das artimanhas do amor,
Levando-me ao êxtase do tesão, com
Orgasmos múltiplos, reportando-me ao prazer astral.


Meu corpo implora seu calor,
Unindo nossas línguas ao beijar,
Nuanças de estrelas a brilharem,
Induzem ao relance tão real...
Zeus, traga-me esse amor total.


Diga-me onde estás?
Antes de essa noite acabar,


Sussurre uma canção ao meu ouvido,
Invente posição que me excite,
Limpe minhas costas arranhadas,
Vem fazer-me feliz,
Amar, Amar, Amar.



(Colbert L. Riod’oro)

domingo, 11 de abril de 2010

Um poema de Riobaldo Torres Crol




DESPEDIDA 02/04/10

Minhas esperanças acabaram.
Procuro respostas, mas não as encontro.
Motivos? Não os visualizo,
mas o vazio da perda e o coração partido
levam-me ao nó na garganta. O grito incontido
emerge com força e ecoa ao infinito:

Por quê? Por quê? Por que tanta dor?
O peito queima e o coração palpita.
A lágrima rola face abaixo
e as mãos trêmulas
enxugam o rosto, num movimento brusco,
como a recriminá-lo por estar sofrendo...
Sofrendo de amor.

Amor na chegada, com tanta alegria; e
amor na partida, com tanta tristeza.
Por que não somente chegada e nunca partida?
Alegria e tristeza, tristeza e alegria,
Amor na chegada e amor na partida.

Vá, seja feliz com o que chegou.
Minha dor dar-lhe-á forças para o novo amor.
Siga tranqüilo, não olhe para trás!
Deixe-me sozinho,
com minha dor singular!

(Riobaldo Torres Crol)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Jalousie








"Não fique tão grilado; a vida é uma sucessão de momentos lindos ou horríveis, felizes ou tristes, não importa a sequência, mas, sim, a sua passagem, pois, dessa maneira, consolidamos nossa existência, e montamos o nosso filme particular, que só cabe a cada um de nós avaliar e julgar. Assim como você, também tenho direitos e obrigações e no momento só estou fazendo jus a eles." (COLBERT, 2010).

Ah, os ciúmes, os grilos e essa sucessão de momentos... Esses meteoros em reta de colisão com a impossibilidade de se exercerem direitos e deveres na cor e ação daqueles que se ligam.

Taí, essa impossibilidade da liberdade contra a qual o amor se choca é ébria. O amor tomaria por objeto um ser que pode, por exemplo, estar distante ou deitado ao lado, oculto num corpo. O amor será a sua extensão em todos os pontos do espaço real (virtual ou físico) que esse ser ocupou, ocupa ou ocupará. Se não se possui o contato com ele nas horas e nos os locais (físicos ou virtuais) em que esse ser habitou, não o possuiremos. No entanto, será que se podem tocar todos esses pontos por onde o ser amado passou, passa ou passará?





Não. Mesmo que esses locais nos fossem indicados, não os alcançaríamos. Tateia-se às cegas, sem nada encontrar. Daí, a desconfiança, o ciúme e as perseguições, gerando cachaças e serviços. E nisso, gastam-se tempos preciosos, seguindo pistas absurdas. Tudo debalde. Passa-se sempre ao lado (às vezes, ao largo) da verdade, sem nunca suspeitá-la. Como proteger-se disso? Certamente, não será com a montagem de filmes particulares. Talvez, com o esquecimento... "Mais uma dose? É claro que [você tá] afim."