sexta-feira, 9 de abril de 2010

Jalousie








"Não fique tão grilado; a vida é uma sucessão de momentos lindos ou horríveis, felizes ou tristes, não importa a sequência, mas, sim, a sua passagem, pois, dessa maneira, consolidamos nossa existência, e montamos o nosso filme particular, que só cabe a cada um de nós avaliar e julgar. Assim como você, também tenho direitos e obrigações e no momento só estou fazendo jus a eles." (COLBERT, 2010).

Ah, os ciúmes, os grilos e essa sucessão de momentos... Esses meteoros em reta de colisão com a impossibilidade de se exercerem direitos e deveres na cor e ação daqueles que se ligam.

Taí, essa impossibilidade da liberdade contra a qual o amor se choca é ébria. O amor tomaria por objeto um ser que pode, por exemplo, estar distante ou deitado ao lado, oculto num corpo. O amor será a sua extensão em todos os pontos do espaço real (virtual ou físico) que esse ser ocupou, ocupa ou ocupará. Se não se possui o contato com ele nas horas e nos os locais (físicos ou virtuais) em que esse ser habitou, não o possuiremos. No entanto, será que se podem tocar todos esses pontos por onde o ser amado passou, passa ou passará?





Não. Mesmo que esses locais nos fossem indicados, não os alcançaríamos. Tateia-se às cegas, sem nada encontrar. Daí, a desconfiança, o ciúme e as perseguições, gerando cachaças e serviços. E nisso, gastam-se tempos preciosos, seguindo pistas absurdas. Tudo debalde. Passa-se sempre ao lado (às vezes, ao largo) da verdade, sem nunca suspeitá-la. Como proteger-se disso? Certamente, não será com a montagem de filmes particulares. Talvez, com o esquecimento... "Mais uma dose? É claro que [você tá] afim."

Nenhum comentário: