sábado, 27 de outubro de 2007

VÍCIO DE LINGUAGEM II: AMORNOCTI, OMARINCTO, MARONICTO, RAMOCOITN, MOARCINTO OU NATUREZA ABUNDANTE

Dialogando com o veneno do poeta Gaza, expondo o ridículo do amor romântico do tipo "lier comun", vou postar isto, citando-o antes.

"VÍCIO DE LINGUAGEM I [OU POMBO(A) ENAMORADO(A) OU UMA HISTÓRIA DE AMOR]
Eu te adoro
Eu te venero
Você é tudo pra mim
O ar que respiro
A minha vida!
Sem você...
Eu teria que arrumar outra vítima!"
(ATIRANDELETRA, 2007)

Depois de certo tempo, se espera que se aprenda a sutil diferença entre sustentar u'a mão e algemar uma alma; que amar não significa deitar-se em berço explêndido, e uma companhia não é garantia de seguridade social; que os beijos não são contratos de permanências mais prolongadas, e que os presentes não são promessas de afetos persistentes.

De alguém que assim proceda, espera-se que aceite suas derrotas, com a cabeça ereta e o olhar altivo (ou, no máximo, estoico); aprenda a construir as bifurcações e as redes de seus caminhos na superfície abaulada do banal do hoje, posto que os terrenos do amanhã são inseguros, para que neles se tracem planos; que os futuros se assemelham a fórmulas do tipo n-1 e x/2.

Visto que, em excesso, até o benéfico calor do sol da manhã queima, é melhor que cada um(a) plante seu próprio canteiro e reforme os porões de sua alma, em vez de esperar que lhe tragam flores de maio azuis.

Romanticistas grudento(a)s, vejam se seus amores estão na esquina. E se lá estiverem, aprendam também a deixá-los em paz, de vez em quando. Enquanto isso, mirem e reterritorializem as formas da natureza.

5 comentários:

GAZUL disse...

GRACIAS: este sim é o manifesto do amor sem fim como o fim da picada...
PÍCAROS, UNI-VOS! (Bom... só não tem parede pra todo mundo, bom!)

Josely Bittencourt disse...

Você também no Vício, hein?! E desde o título! hummm
Eu aqui do meu canteiro [de obras] fiquei apreciando as formas, texto e imagem, e essa dona natureza é uma despudorada! hahaha

Sem contar os pirulitos lá debaixo, nem quis tentar a resposta... geometria...acertar...errar...

rs

Luis Eustáquio Soares disse...

salve, apolus, da família desses lopes, ops, que o meu lugar ao sol, seja lá qual for, o do emprego, o da propriedade de um imóvel,de um móvel, o da propriedade afetiva, territorializada, por exemplo, no discurso do amor romântico do tipo vc é tudo pra mim e eu sou tudo pra vc, ou coisa que o valha; e também o da propriedade simbólico-educacional, um título de mestre, de doutor, que o meu lugar ao sol é o começo de toda usurpação e portanto da insegurança generalizada, sendo que é até aqui que concordo com você, até o argumento de que o lugar ao sol é roubo, uma vez que ter um lugar ao sol significa tê-lo em detrimento dos outros; até aqui, instigante paulo, vou com vc, além dessa borda não, porque penso que a insegurança não é uma condição existencial-ontológica-epocal supradeterminada,ou infradeterminada, sendo, portanto, improvável qualquer ilusão de segurança afetiva, simbólica, material e inter-relacional. penso que qualquer forma de segurança é improvável sim, enquanto segurança for cada um por si e deus e o diabo por ninguém. salve, provocador paulo, por nos instigar ao debate, tão minguado em tempos de consensos ou de consensuais disensos e também de oferecer, gratuitamente, a oportunidade de um texto cheio de vitalidade.
beijos,
luis

Luis Eustáquio Soares disse...

salve, apolus, da família desses lopes, ops, que o meu lugar ao sol, seja lá qual for, o do emprego, o da propriedade de um imóvel,de um móvel, o da propriedade afetiva, territorializada, por exemplo, no discurso do amor romântico do tipo vc é tudo pra mim e eu sou tudo pra vc, ou coisa que o valha; e também o da propriedade simbólico-educacional, um título de mestre, de doutor, que o meu lugar ao sol é o começo de toda usurpação e portanto da insegurança generalizada, sendo que é até aqui que concordo com você, até o argumento de que o lugar ao sol é roubo, uma vez que ter um lugar ao sol significa tê-lo em detrimento dos outros; até aqui, instigante paulo, vou com vc, além dessa borda não, porque penso que a insegurança não é uma condição existencial-ontológica-epocal supradeterminada,ou infradeterminada, sendo, portanto, improvável qualquer ilusão de segurança afetiva, simbólica, material e inter-relacional. penso que qualquer forma de segurança é improvável sim, enquanto segurança for cada um por si e deus e o diabo por ninguém. salve, provocador paulo, por nos instigar ao debate, tão minguado em tempos de consensos ou de consensuais disensos e também de oferecer, gratuitamente, a oportunidade de um texto cheio de vitalidade.
beijos,
luis

arquiteliteraturas disse...

Ilustres Atirandeletra, poderosa Disguiser (fui a seu blog e o curti à beça, mas não consegui deixar lá meu comentário) e Luís Eustáquio Soares, ça va?

Estamos aqui p'ra qualquer viagem. Viajem pois e tragam mais poemas como tais.

Grato por tê-los aqui. Dá até p'rá se sentarem e ficarem à vontade (mas podem se sentar sem dar também).