
LA LEY DEL DESEO é um filme de Almodóvar que expõe os quereres em seus conflitos, harmonias e contradições. A lei que impera é a da solução de continuidade ativa, semelhante ao teorema da relatividade que regula as ondas. Estas, tão logo nascem, erguem-se, dissipam-se e se sucedem por outras, afirmam o cenário de uma perene descontinuidade, assim também se afirma e se nega a fome de sexo entre o seres, cujo produto se obtém de uma análise combinatória entre o número de gêneros das máquinas desejantes que se puderem equacionar entre o personagens da película.
Recomendo-a, mas só se você puser a máscara da cultura, porque esse não é um filme para burros, preconceituosos, reacionários e conservadores. Os primeiros não o entenderão; os segundos, se ofenderão; os terceiros serão massacrados, posto que aquilo que escondem de si o filme o expõe e o discute; e esses últimos serão emulados, porque verão que não são os únicos que sentem tais coisas, pois há concorrência na praça para todos os desejos.
Advirto-os, no entanto, que até nosso amigo Paizinho de Ibiraçu (que quer dizer pau gigante) comprou viu e elogiou o filme (claro, não teve peito p'rá entrar no cine universitário e vê-lo, mas já não há uma progressão aí?). Sinal dos tempos (de inteligências e verdades tropicais? Viva Caetano!).
Ah, a foto, colhi-a aleatoriamente na rede. É um pastiche do hiper-realismo pós-moderno de Duane Hanson.
7 comentários:
Infelismente não tive contato com a película, mas desde já, fico advertido de levar fantasia, não as sexuais, e sim aquela de simulacro intecleualóide com intuito de aproveitar essa dionisíaca festa almodoviana!
hehehehe a foto é hilária!
Enfim, vc voltou!
aaah o filme...e vc lá querendo comer aquela torta de chocolate?! Vai entender...
A lei do desejo?rsrsr
beijo
Oi, Disguiser; oi, Contrasenso. Prazer (no bom sentido) em tê-los aqui. A foto é uma paráfrase do hiper-realismo pós-moderno de Duane Hanson (conheçam suas obras e odeiem-no, ou amem-no).
Disguiser, comeria não apenas a torta; a certa também; Contrasenso, vc está condenado à solidão dos iluminados pela inteligência simultânea e telepática.
Vcs dois não precisam pôr a máscara pra ver o filme. Vcs já são essa máscara da cultura ambulante.
E põe Hiper nisso!
Além de ser Hiper-realista, hiper-paradoxal - um andrôgeno com metragnes a la Priapo. Não fosse a ausência de macheza diria que é parente de Tio Ibirinha, cujo diminutivo não lhe descreve a personalidade.
Pa-Pum!
Isso me traz a tona outros, por assim dizer, artistas que sob minha perpectiva míope - não adequada para Ás-forças-arma(rra)das- mas que se faz mister ante o fardo de ser contrasensocomum, lidam com a questão do hiper-realismo. São eles, Alex Ross e Ron Mueck. Aquele, andou revisitando os clássicos hérois de gibi norte-americano -superman, batman e cia- com sua magnífica pintura a óleo. Este, por seu turno, criou, ou melhor dizendo, reproduziu fidedignamente o ícone humano atravez das suas gigantescas esculturas. Estariam eles, juntamente com nossos "amigos" Hanson e Almodovar, intencionando transmitir por meio de suas obras a subserviência ambígua (SA) para com o hedonismo exarcebado e a repressão das pulsões carnais regidas a leis freudianas a qual estariamos sujeitos (pacientes, que sofrem a ação judicial)?
Só Deus sabe.
Mas isso não foi assunto da última postagem?
Será?
Leiam novamente sô!
Por que re-lê-la?
Porque(junto-e-com-acento) é melhor do que ter lido uma única vez ou na pior das hipóteses não tê-la-lido!
"Estariam eles [Alex Ross e Ron Mueck] , juntamente com nossos "amigos" Hanson e Almodovar, intencionando transmitir, por meio de suas obras, a subserviência ambígua (SA) para com o hedonismo exarcebado e a repressão das pulsões carnais regidas a leis freudianas às quais estaríamos sujeitos (pacientes, que sofrem a ação judicial)?" CONTREASENSO, 2008).
Taí uma tremenda provocação. E não pretendo responder a ela; de Freud, entendes tu mais que eu, mas, tome isso (bloqueie ou se esquive): Quando freud descobriu os motivos inconscientes (desejos, impulsos, afetividades) que põem o "sir" humano em rota de colisão com o tabu, com certeza estava pisando terras profanas dos domínios do engenho e a arte (não dessa que se esquece do cérebro, mas da Arte veramente dita).
Ah, grato pela indicação desses hisper-realistas. Vou conhecê-los por meio do Google.
Esse filme é do caralho, como aliás tudo que Almodovar faz.
Postar um comentário